Autismo

O que é autismo?

Entenda melhor o universo do autismo com informações dedicadas a esclarecer o que é o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Saiba mais sobre as características, sintomas e peculiaridades que compõem esse espectro neurológico.

Aqui você se aprofunda no entendimento das diversas formas como o autismo pode se manifestar e como isso impacta o comportamento, comunicação e interações sociais das pessoas com TEA. Também desvendamos mitos comuns e oferecemos insights valiosos para fomentar a inclusão e o respeito à diversidade neurocognitiva.

O que significa ser uma pessoa autista?

O autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento, ou seja, do amadurecimento do cérebro, que afeta a forma como a criança, adolescente, adulto ou idoso autista percebe os estímulos de comunicação e de sensibilidade. É por isso que o autismo também afeta a forma com que a criança interage com as pessoas e coisas ao seu redor.

Entre os profissionais de saúde o autismo é chamado de Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), pois abrange uma amplitude de características em maior ou menor profundidade que impactam a comunicação e a interação social.

Se você acha que a sua criança pode ter autismo, saiba mais sobre os sinais do autismo e como isso pode ser avaliado em Triagem e diagnóstico.

Pessoas autistas podem:
  • Achar difícil se comunicar e interagir com as pessoas;
  • Achar difícil compreender expressões faciais e as emoções dos outros;
  • Achar luzes intensas e alguns barulhos desconfortáveis e até dolorosos;
  • Se sentirem inseguros e ansiosos em situações novas e odeiam surpresas;
  • Ter dificuldade de segurar impulsos, especialmente em situações estressantes;
  • Demorar mais para compreender uma informação ou uma tarefa;
  • Fazer as mesmas coisas repetidamente;
  • Apresentar variações na intensidade dos comportamentos, apesar do autismo ser algo que estará presente por toda a vida.

Existem diferentes tipos de autismo?

O autismo é amplo na sua apresentação e a manifestação das características é única em cada pessoa, mas com o objetivo de encaminhar tratamentos e estimulações de forma mais apropriada, o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) apresentou uma divisão do TEA em 3 categorias:

Nível 1

Fala bem, mas necessita de adaptações e suportes para determinadas atividades.

Nível 2

Fala pouco, requer bastante suporte para atividades cotidianas.

Nível 3

Não verbal, requer suporte total para atividades cotidianas.

É importante destacar que mesmo autistas de nível 1 precisam de algum suporte e que autistas de nível 2 e 3 apresentam grande potencial para aprendizado e realização.

Se você quiser entender mais sobre as diferenças entre cada categoria, você pode ler mais sobre esse assunto em Níveis de suporte no autismo.

Qual é frequência de ocorrência do autismo?

De acordo com o Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC, 2023), a prevalência mais recente é de 1 em 36 crianças, o que indica um aumento na identificação de casos de autismo.

O aumento se deve principalmente à disseminação de informações sobre a condição e à conscientização das famílias e profissionais da educação e saúde. Tão mais precoce seja o diagnóstico e a intervenção, melhores as possibilidades de desenvolvimento da criança.

Fonte: Centers for Disease Control and Prevention, Data & Statistics on Autism Spectrum Disorder

O que causa o autismo?

As causas do autismo ainda são desconhecidas. Pesquisas estão em andamento para entender melhor, mas não há clareza definitiva até o momento.

Sabe-se que há uma forte influência genética, visto que em algumas famílias ocorre uma prevalência maior de casos autistas, indicando um componente hereditário. No entanto, a interação entre fatores genéticos, ambientais e neurobiológicos ainda está sendo estudada para esclarecer completamente as origens do autismo.

Mas, com certeza, o autismo:
  • NÃO é causado por vacinas
  • NÃO é causado por falta de carinho da mãe
  • NÃO é causado por acesso a celular

A maioria dos autistas têm comorbidades

Muitas vezes, pessoas autistas podem também apresentar outras condições de saúde simultaneamente. Essas situações adicionais são conhecidas como comorbidades.

É importante entender que essas comorbidades podem variar bastante de pessoa para pessoa, afetando diferentes aspectos da saúde física, mental ou emocional. A presença de comorbidades pode impactar a experiência individual de uma pessoa autista, influenciando suas necessidades de cuidados e intervenções.

Essas condições podem incluir:
  • Epilepsia
  • Distúrbios sensoriais
  • Distúrbios gastrointestinais
  • Distúrbios do sono
  • TDAH
  • Ansiedade
  • Seletividade alimentar
  • Deficiência intelectual
  • Dislexia
  • Depressão

Autistas podem ter qualquer nível de inteligência

Na televisão, frequentemente vemos pessoas autistas retratados como superinteligentes ou com deficiência intelectual. No entanto, na vida real, a maioria das pessoas autistas possui o mesmo nível de inteligência que pessoas não autistas. Porém, muitas vezes essa capacidade é subestimada devido às dificuldades de comunicação que enfrentam.

Assim como em qualquer grupo, as habilidades intelectuais das pessoas autistas variam bastante. Algumas se destacam em áreas específicas, enquanto outras enfrentam desafios. É crucial valorizar o potencial de cada indivíduo, reconhecendo as habilidades e desafios de cada pessoa.

Pessoas autistas podem se destacar por:
  • Ter maior criatividade, foco e memória;
  • Concluir certas tarefas com mais eficiência;
  • Suas qualidades pessoais como honestidade e dedicação;
  • Sua perspectiva diferenciada.

Tratamento precoce faz diferença

Agir cedo é crucial para ajudar a criança a desenvolver suas habilidades ao máximo. Intervir no momento certo pode ter um impacto significativo no desenvolvimento da criança, permitindo que ela alcance todo o seu potencial.

É fundamental que pais, cuidadores e outros envolvidos recebam treinamento para continuar a ensinar as habilidades aprendidas na terapia durante a primeira infância. Isso cria um ambiente enriquecedor que promove o progresso da criança.

As intervenções com evidência de eficácia são:
  • baseadas na Análise do Comportamento Aplicada (ABA), com treinamento de mães e pais;
  • Comunicação Aumentativa Alternativa;
  • Integração Sensorial;
  • Musicoterapia;
  • Exercício;
  • Movimento.